Dica da Vet - DOENÇA DO CARRAPATO
Todo tutor de cães tem arrepios de pavor ao ouvir falar nestas doenças transmitidas pela picada do carrapato: a Erliquiose e a Babesiose. A Erliquiose é causada por uma bactéria (Ehrlichia sp.) enquanto a Babesiose por um protozoário (Babesia sp.). Ambas são incomuns nos gatos aqui no Brasil, mas os cães podem, inclusive, apresentar as duas doenças ao mesmo tempo! Apesar de existir tratamento, se não identificadas a tempo e com o tratamento correto, elas podem levar o animalzinho a óbito.
No verão, a incidência destas doenças aumenta muito porque a fêmea do carrapato precisa de locais quentes e úmidos para se reproduzir. Como em nossa Salvador/Ba faz calor o ano inteiro, é melhor prevenir! Conversamos com a veterinária Ana Marques, que também atende os animais do abrigo São Francisco de Assis, e tiramos algumas dúvidas sobre a Erliquiose e a Babesiose. Confira!
Como o animal contrai estas doenças?
Para que o animal seja infectado, ele tem que ser picado por um carrapato que possua o(s) agente(s) etiológico(s), isto é, ou a bactéria, no caso da Erliquiose, ou o protozoário, no caso da Babesiose. Nem todo carrapato transmite a doença, mas basta a picada de um que esteja infectado para o animal ficar doente. É importante ressaltar que, na maioria das vezes, o tutor não percebe a presença do carrapato em seu animalzinho ou no ambiente, uma vez que o carrapato "sobe" no animal apenas para se alimentar e retorna novamente para o ambiente. Geralmente, quando o tutor nota a presença do carrapato, tanto no animal como no ambiente, é porque já existe uma infestação.
Elas podem ficar "incubadas" no organismo do animal sem apresentar os sintomas?
Sim! Existe o período de incubação - período entre a exposição do animal ao agente etiológico (momento da picada do carrapato) até a manifestação dos primeiros sinais clínicos. Na Babesiose esse período varia de dias a semanas, enquanto na Erliquiose esse período pode chegar até a anos!
Existe vacina para elas?
Infelizmente não.
Os seres humanos podem pegar Erliquiose e Babesiose de seus animais?
Existe uma espécie de Ehrlichia sp. transmissível para seres humanos, mas é incomum aqui no Brasil. Nossos cães apresentam a Ehrlichia canis e a Babesia canis, que não causam doença nos humanos.
Quais os sintomas da Erliquiose e Babesiose nos animais?
Os sinais clínicos variam de cão para cão, porém os mais comuns são apatia (ficar mais quieto), febre, vômitos, diarreia com sangue ou não, sangramento nasal, sangue na urina, anemia, icterícia (mucosas do animal adquirem "coloração amarelada"), redução ou perda de apetite, emagrecimento, etc. É importante ressaltar que a qualquer alteração no comportamento de seu animalzinho, procure um médico veterinário de sua confiança.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de ambas as doenças é dado através da anamnese + exame clínico do animal + exames laboratoriais. É importante que durante a anamnese (perguntas feitas ao tutor durante a consulta) não seja omitida nenhuma informação, pois é a partir dessas respostas que nós, médicos veterinários, trilhamos o caminho para um diagnóstico. Após a anamnese, realizamos a avaliação do animal, identificando alterações visíveis. Suspeitando-se de Erliquiose/Babesiose, exames laboratoriais são solicitados.
Como é o tratamento da Erliquiose? E da Babesiose?
O tratamento para Erliquiose é com o uso de antibiótico por pelo menos 28 dias, mas isso pode variar de acordo com o estado clínico do cão. Já o tratamento da Babesiose é através de aplicação de antiparasitário em duas doses, com intervalo de 15 dias entre elas. Apenas um médico veterinário capacitado pode instruir qual o melhor tratamento e o mais correto para o caso do seu cão.
Qual a melhor forma de prevenção?
Fazer uso regular de ectoparasiticidas (remédios contra carrapatos) tanto no animal como no ambiente. Existe uma infinidade de marcas e tipos! Sempre sugiro também que o tutor faça uma busca na pele e pelos do seu cão sempre que possível, principalmente após passeios e visitas a ambientes novos. Caso encontre carrapatos, procure um médico veterinário.
Ana Marques (CRMV BA 5468) é graduada em medicina veterinária pela Universidade Federal da Bahia, atua na área de clínica médica de cães e gatos e medicina do coletivo, possui vivência em clínica médica e dermatológica de cães e gatos e realiza atendimento a domicílio.
No verão, a incidência destas doenças aumenta muito porque a fêmea do carrapato precisa de locais quentes e úmidos para se reproduzir. Como em nossa Salvador/Ba faz calor o ano inteiro, é melhor prevenir! Conversamos com a veterinária Ana Marques, que também atende os animais do abrigo São Francisco de Assis, e tiramos algumas dúvidas sobre a Erliquiose e a Babesiose. Confira!
Como o animal contrai estas doenças?
Para que o animal seja infectado, ele tem que ser picado por um carrapato que possua o(s) agente(s) etiológico(s), isto é, ou a bactéria, no caso da Erliquiose, ou o protozoário, no caso da Babesiose. Nem todo carrapato transmite a doença, mas basta a picada de um que esteja infectado para o animal ficar doente. É importante ressaltar que, na maioria das vezes, o tutor não percebe a presença do carrapato em seu animalzinho ou no ambiente, uma vez que o carrapato "sobe" no animal apenas para se alimentar e retorna novamente para o ambiente. Geralmente, quando o tutor nota a presença do carrapato, tanto no animal como no ambiente, é porque já existe uma infestação.
Elas podem ficar "incubadas" no organismo do animal sem apresentar os sintomas?
Sim! Existe o período de incubação - período entre a exposição do animal ao agente etiológico (momento da picada do carrapato) até a manifestação dos primeiros sinais clínicos. Na Babesiose esse período varia de dias a semanas, enquanto na Erliquiose esse período pode chegar até a anos!
Existe vacina para elas?
Infelizmente não.
Os seres humanos podem pegar Erliquiose e Babesiose de seus animais?
Existe uma espécie de Ehrlichia sp. transmissível para seres humanos, mas é incomum aqui no Brasil. Nossos cães apresentam a Ehrlichia canis e a Babesia canis, que não causam doença nos humanos.
Quais os sintomas da Erliquiose e Babesiose nos animais?
Os sinais clínicos variam de cão para cão, porém os mais comuns são apatia (ficar mais quieto), febre, vômitos, diarreia com sangue ou não, sangramento nasal, sangue na urina, anemia, icterícia (mucosas do animal adquirem "coloração amarelada"), redução ou perda de apetite, emagrecimento, etc. É importante ressaltar que a qualquer alteração no comportamento de seu animalzinho, procure um médico veterinário de sua confiança.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de ambas as doenças é dado através da anamnese + exame clínico do animal + exames laboratoriais. É importante que durante a anamnese (perguntas feitas ao tutor durante a consulta) não seja omitida nenhuma informação, pois é a partir dessas respostas que nós, médicos veterinários, trilhamos o caminho para um diagnóstico. Após a anamnese, realizamos a avaliação do animal, identificando alterações visíveis. Suspeitando-se de Erliquiose/Babesiose, exames laboratoriais são solicitados.
Como é o tratamento da Erliquiose? E da Babesiose?
O tratamento para Erliquiose é com o uso de antibiótico por pelo menos 28 dias, mas isso pode variar de acordo com o estado clínico do cão. Já o tratamento da Babesiose é através de aplicação de antiparasitário em duas doses, com intervalo de 15 dias entre elas. Apenas um médico veterinário capacitado pode instruir qual o melhor tratamento e o mais correto para o caso do seu cão.
Qual a melhor forma de prevenção?
Fazer uso regular de ectoparasiticidas (remédios contra carrapatos) tanto no animal como no ambiente. Existe uma infinidade de marcas e tipos! Sempre sugiro também que o tutor faça uma busca na pele e pelos do seu cão sempre que possível, principalmente após passeios e visitas a ambientes novos. Caso encontre carrapatos, procure um médico veterinário.
Ana Marques (CRMV BA 5468) é graduada em medicina veterinária pela Universidade Federal da Bahia, atua na área de clínica médica de cães e gatos e medicina do coletivo, possui vivência em clínica médica e dermatológica de cães e gatos e realiza atendimento a domicílio.